Ano: 2010 | Localização: Guarujá, SP, Brasil | Área construída: 335m² | Área do terreno: 518m² | Fotos: Marcelo Scandaroli
A casa esta composta por 6 quadrados agrupados dois a dois. Dentro dessa regra compositiva, duas subtrações foram feitas nas extremidades opostas entre si para compor dois recintos: a garagem e a área de recreio. As distintas relações que esses vazios estabelecem com o os interiores foram proporcionadas pelos desníveis de piso, transparências e acessibilidade. Dentro dessa dinâmica dos quadrados, quatro eixos virtuais perpendiculares à rua pública organizam os espaços de distinta natureza dentro de um mesmo envoltório. À direita, o serviço organiza-se linearmente e passa despercebido ao visitante apesar de compor importante papel volumétrico. À esquerda, a sucessão de salas proporciona ao morador uma amplitude espacial com 5,50m de pé-direito e transparência nas fachadas paralelas a rua. Dita transparência reafirma a continuidade do espaço apenas delimitado pelos planos brancos que sugerem ao morador uma integral apropriação de seu lar. Uma única descontinuidade acontece com a escada de acesso aos dormitórios do pavimento superior. Metálica auto-portante, acética e incolor, ela corta a sucessão de salas em certo ponto criando um filtro visual entre a rua pública e o pátio posterior privado. Ao fundo dessa porção esquerda, esta o pavilhão que arremata tal sucessão de ambientes. Separado da casa pelo intervalo da piscina e deck, cria certa tensão entre sua própria volumetria e a casa. Esse espaço de intervalo ganha qualidade na dualidade entre “ver” e “ser visto”, dissolvendo a noção de anexo. O pavimento superior abriga quatro suítes com marcada simetria que são acessadas por um corredor imediatamente acima do comentado anteriormente. Uma luz lateral adentra o espaço por uma janela corrida acima da cabeça do visitante e desmistifica esse corredor como tal palavra sugere. Todo esse conjunto descrito faz parte de um envoltório comum destacado no projeto pela função, volumetria e pela cor verde. Aos vizinhos laterais, as empenas são pouco perfuradas, ao passo que são bastante transparentes nas outras duas faces. A série de aberturas na fachada lateral direita nos indica uma distribuição mais homogênea do programa que foi unificado através de uma pronunciada laje de cobertura que reforça a linearidade do bloco superior. A lógica dos quadrados regulares facilitou muito os cálculos estruturais e a execução da obra, pois um mesmo procedimento construtivo pôde ser adotado para a totalidade da casa. Vãos entre apoios obedeceram a uma mesma proporção e o caminho das forças foi o mais simplificado possível.